A arte de voar

Marina buscava caminhos para ser livre. Em seus sonhos ela voava por lugares desconhecidos, paisagens belas, e imagens vistas só em livros. Todo dia ela se perguntava se aqueles lugares eram reais. Com o tempo todos os lugares já eram conhecidos, de tanto Marina sobrevoá-los em sonho. Muitas vezes ela até os explorava, sentia o perfume das flores, as gotas de orvalho, os raios de sol. Tocava em muralhas antigas e até conhecia pessoas. Mas o que sentia mais falta quando estava acordada era a sensação de voar, de sentir o vento frio no rosto, de ter os cabelos bagunçados pelo senhor vento, de sentir-se livre.

Um dia Marina estava passando por uma academia de dança e viu algumas bailarinas, elas estavam voando, pareciam tão leves, saltavam, flutuavam. Entrou. ponta-de-pe

– Posso fazer as aulas? – perguntou timidamente à professora.

– Podemos fazer um teste para ver se você tem as aptidões necessárias. Normalmente as dançarinas iniciam o aprendizado cedo, aos 5 anos, e você já é bem grandinha.

Marina nunca tinha colocado uma sapatilha na vida, nem tinha a técnica, mas sabia voar. Voava em seus sonhos.

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